Hoje foi dia de clássico. Desde que me entendo por gente que vou pra jogos na ilha, e de fato ainda não me acostumei com os gritos desesperadores e os mais criativos palavrões dos torcedores. Eu sou torcedora, mas não me encaixo nesse perfil. Lembro de um jogo que fui na minha infância, meus irmãos me pedindo pra xingar o juiz e a única coisa que conseguiu sair da minha boca foi um “feeeio” sem muito entusiasmo. Talvez esse meu jeito tímida e introspectiva tenha me feito ficar cada vez mais observadora. Uma das coisas que mais gosto de fazer quando vou a jogo, além de gritar “GOL”, é observar tudo que acontece em volta. Hoje ao meu lado pude observar aquela pessoa, que por algum motivo, vai ao jogo sem algum acompanhante e pra suprir essa solidão fica narrando o jogo todo em voz alta na expectativa de que alguém se interesse por um de seus comentários, a criança que grita achando que entende alguma coisa de futebol, o torcedor que não para de falar mal do próprio time e o que chora o jogo todo por loucura ou por paixão. Em meio a todas essas observações sem que eu menos esperasse o primeiro gol, esse momento me fascina, toda aquela vibração entre abraços, lágrimas e sorrisos é um sentimento difícil de explicar. Aos 46 minutos do primeiro tempo um segundo gol, até agora tento entender como aquele torcedor que tava a três fileiras na nossa frente conseguiu chegar até nós sem que ao menos eu pudesse entender o que tava acontecendo. Como nada pra gente é fácil, no segundo tempo nos deparamos com um gol do time adversário. Silêncio. Decepção. Medo da possibilidade desse sonho virar pesadelo. Mas pra felicidade de uma nação rubro-negra um último gol. Grande clássico! Rumo ao hexa.
“E como é, como vai ser e para o hexa campeonato será?”
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